Renata estava na sala de espera do consultório, quando a secretária disse:
-Senhora Renata.
- Pois sim.
- Assine aqui por favor.
Renata assinou, e:
- Só isso?
- Sim. É só aguardar que a doutora já irá te atender.
A verdade é que estar naquele consultório tornava tudo muito mais constrangedor do que já era. Ela sabia que deveria procurar um médico para que as coisas não se tornassem pior, mas, por outro lado, reviver os momentos trágicos de dias antes... Não era algo que lhe apetecia.
- Renata Assis!
Chegou a hora. Seu coração batia tão forte que parecia que iria explodir a qualquer momento. As pernas estavam bambas, e ela sentia vontade de chorar.
- Boa tarde, Renata. O que te traz aqui?
- Bem, doutora... preciso me confessar.
- Confessar? Acho que você está no lugar errado, não?
- Não! Não é deste tipo de confissão que estou falando.
- Então por que procurou este consultório de ginecologia?
- Por que falaram que eu deveria vir.
- Você acha que está grávida? Sente dor? O que acontece?
A irritação da médica começara a se tornar evidente, mas para Renata aquele era o segundo momento mais humilhante de toda a sua vida.
- Bem doutora... respondendo a suas perguntas. Primeiro: não sei se estou grávida. Segundo: sinto muita dor, e terceiro...
Neste momento, Renata começou a chorar copiosamente e de tal forma que desconsertou a médica que estava a sua frente. Renata não conseguia mais falar nada, apenas chorar.
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Nem todos tem que saber tudo da sua vida, apenas o suficiente para conseguir entender que todas as suas atitudes são resultados de uma somatória de experiências em detrimento daquilo que você não quer mais reviver.
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