sábado, 30 de junho de 2012

Nem meio cheio, nem meio vazio

Às vezes desço a rua da minha casa esperando que por alguns instantes as coisas sejam diferentes. Desejando que aquele amor ideal e idealizado durante tanto tempo esteja lá, a minha espera e me desejando tanto quanto eu o desejo.
Mas quando destranco a porta e ouço apenas os miados de Beatrice, acendo a luz vejo uma coisa: nada mudou.
Há um tempo me disseram que a felicidade e o tormento de quem vive só reside no fato de que ao fechar a porta temos sempre a certeza de que no retorno as coisas estarão no mesmo lugar, do mesmo jeito. As lágrimas tem um sabor mais amargo, porque não serão secas por alguém, os desejos são contidos e por aí vai...
Mas tem uma coisa, e talvez uma das mais importantes: isso tudo te fará forte!
Forte para acordar no outro dia e seguir procurando, desejando, trabalhando, lutando, sorrindo e chorando.
Talvez, se eu não tivesse passado por isso continuaria aceitando as metades, sendo que posso ter os inteiros.
Pra ser sincera, estou um pouco cansada dos amores pela metade, da entrega pela metade, do desejo pela metade... não quero copo nem meio cheio, muito menos meio vazio; quero um copo inteiro! Transbordando!

Quero amar... transbordar e amar!

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